O corpo humano, segundo a teologia bíblica, é maravilhoso! Existem hoje várias referências que tratam sobre a abordagem antropológica da bíblia.
A “carne”, parte visível da pessoa, relaciona-se à fragilidade humana. A “carne” expressa também o sentido de envelhecimento e dependência; porém, nessa fraqueza transitória, Deus deposita sua ruah (sopro de vida) dando ao homem a sua existência (Ezequiel 37,5). Essa fragilidade humana também fica explícita na “garganta”. A cada respiro, a “garganta” lembra que o “ar da vida” é ministrado, ou seja, não nascew da própria força (Salmos 130,2).
Os “olhos” manifestam as intenções e as comunicam. “olhar” é reconhecer. O processo de libertação bíblica se inicia quando Deus “olha” (Êxodo 3,7)
O escutar do “ouvido” significa “compreender”. Quando o profeta Isaias diz que a cada manhã escuta como discípulo (Isaías 50,4-5), quer dizer que interioriza a mensagem recebida, para, depois, a partir dela, agir como profeta. A sabedoria “entra pelos ouvidos”.
O “nariz” que nos proporciona o olfato pode representar a exaltação ou paciência segundo a sua dilatação (Gênesis 2,7; Reis 19,28). A “boca” é a ponte da comunicação (Provérbios 10,11). Com a boca se transmite as boas palavras, que manifestam o que está no interior, oculto.
Quando o profeta Oseías diz “a atrairei, a conduzirei ao deserto e lhe falarei ao coração (2,16), quer dizer que ali falará à sua razão. O “coração” é a sededo intelecto humano. Quem escuta de coração não se esquece porque compreende o comunicado. Diferente de nossa cultura, os órgãos, no mundo bíblici, que representam sentimentos são as víceras: O “rim” simboliza a intenção (Jeremias 11,20), o “fígado”, produtor da bílis (lamentações 2,11), significa intensidade de sentimentos, e o “útero” representa a misericórdia divina, o órgão feminino que gera vida (Salmos 21,10.11).
Toda essa teologia se contrapõe à mídia, que exclui socialmente algumas pessoas, por não possuírem feições ou corpos dentro dos padrões estéticos. O corpo bonito não é aquele que possui curvas extraordinárias. Segundo a nossa fé, somos formosos por sermos parte de cristo, cabeça de nosso corpo “corpo-Igreja”. A “cabeça” sintetiza toda nossa vitalidade. Somos membros ativos de um só corpo que nos integra harmoniosamente mediante o Espírito. Assim, se você toma consciência da cabeça que lhe suporta, se ama com o fígado, se entende com o coração, com certeza, saberá transmitir a beleza perfeita.
Fonte: Revista Ave Maria
Nenhum comentário:
Postar um comentário