O canto do SANCTUS
O Sanctus, ou Santo, é uma das partes mais antigas da missa. Segundo São Clemente de Roma, já era cantado no primeiro século. Além de fazer parte da Oração Eucaristica, está no centro da grande ação de graças, sendo a aclamação mais importante. Conclui o diálogo introdutório e o prefácio, cantado pelo presidente da celebração, que convoca toda a assembleia para unir suas vozes às dos anjos e santos ao cantar o Santo.
O Santo é um hino solene e uma aclamação jubilosa. É um canto de expressão vibrante e alegre, como se o céu se abrisse, permitindo-nos vislumbrar a glória do Senhor e participar do coro dos serafins, no seu eterno louvor ao Deus, três vezes santo. Clima de festa e júbilo, o céu como que invade a terra,e esta sobe ao céu, formando o cântico da unidade. Não condiz com o clima festivo do Santo cantá-lo sem entusiasmo, com vozes fracas, é preciso traduzir em música a riqueza bíblica do texto. O texto de Isaias (6,3) diz que o canto do Santo, na voz dos arcanjos e serafins, fazia estremecer as estruturas do templo. Aliás, diz o mesmo autor que, se a comunidade cantasse um único cântico, este deveria ser o Sanctus. Também não condiz com o momento que o Santo seja cantado por apenas uma vez ou pequeno grupo de cantores, mas sim deve ter a participação cantada de toda a assembleia.
O livro do Apocalipse nos apresenta o Sanctus como aclamação da liturgia celeste (4,8): dia e noite os anjos não param de repetir "Santo,Santo, Santo é Senhor Deus, o dominador, o que é, o que era e o que deve voltar". Portanto, o clima deste hino-aclamação deve ser festivo, grandioso e pleno de júbilo, como se fosse o proprio canto do céu.
Por ser biblico, doxológico e de conteúdo denso, o texto não deve ser alterado ou substituido por outras versões e paráfrases que não corresponda à aclamação bíblica original. Quanto mais fieis os compositores forem ao texto original, mais adequado e liturgico para ser cantado na celebração.
Há uma versão muito cantada nas nossas igrejas: "Santo, Santo é, Santo, Santo é Deus do universo, o senhor Javé..." Ela deve ser evitada, pois além de acentuar duas vezes o verbo "é", que não faz parte do texto original, contém o nome "Javé" (IaHWeH), expressão da infinita grandeza e majestade de Deus, muito utilizada no antigo testamento, mas que não se podia pronunciar. Assim, na leitura das sagradas escrituras, o termo foi substituido por "Adonai" ou seja "Senhor".
Ao cantarmos o santo, que os nossos corações exultem de alegria unidos numa só voz, formando um festivo coro, proclamando a glória de Deus, que merece todo o nosso louvor.
Santo, Santo, Santo!
Êxodo 3,1-6: Moises diante da glória do senhor, pisando em solo sagrado
Senhor, Deus do universo!
Isaias 6,3: visão de Isaias no templo. Apocalipse 4,8: A liturgia celeste.
O céu e a terra proclamam a vossa glória!
Isaias: 6,3: o canto dos serafins, unindo céu e terra.
Hosana nas alturas!
Mateus 21,9; Marcos 11,10: Entrada de Jesus em Jerusalém.
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Salmos 118,26; Mateus 21,9; Marcos 11,9; Lucas 19,28: Benção pronunciada sobre o peregrino, titulo messiânico, no novo testamento.
Hosana nas alturas!
Mateus 21,9; Marcos 11,10; Hosana significa "dá a salvação". Uma aclamação de alegria.
Irmã Míria T. Kolling
Religiosa do Imaculado Coração de Maria e Compositora
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